O advogado Eduardo Rocha Virmond, ex-presidente da OAB Paraná e da Academina Paranaense de Letras, tomou posse como vice-presidente da entidade cultural. Também foram empossados Marta Morais da Costa (1ª Secretária), Antônio Carlos Carneiro Neto (2º Secretário), Nilson Monteiro (1º Tesoureiro), Dante Mendonça (2º Tesoureiro), René Ariel Dotti (Diretor Jurídico), Albino Freire (Orador), Chloris Casagrande Justen (Coordenadora do Projeto Academia vai à Escola) e Flávio Arns (Coordenador do Observatório da Cultura Paranaense).
“A Academia é uma lição de convivência. O presidente da Academia Brasileira, Domício Proença Filho, diz que a Academia é “um bom convívio entre convergência e divergência”. Ela é isso e muito mais. É um ambiente em que se discute aquilo que todos gostamos – a cultura”, afirmou Buchmann.
Em uma breve retrospectiva histórica da Academia Paranaense de Letras, o acadêmico destacou que a entidade foi criada há 80 anos, pouco menos de cinco anos após a fundação da OAB. “Ambas foram fundadas no mesmo local, na antiga Escola Normal Secundária – hoje se o Instituto de Educação e Rua Emiliano Pernetta”, recordou. “A OAB teve como primeiro presidente João Pamphilo d’Assumpção, que já havia fundado, com alguns advogados, e dirigido desde sua criação, o Instituto dos Advogados do Paraná – que em junho completa 100 anos”, disse.
“Pamphilo era um fundador nato. Esteve entre os que criaram a Faculdade de Direito da Universidade do Paraná, entre os fundadores do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Letras do Paraná e, como não poderia deixar de ser, de sua sucessora, a Academia Paranaense de Letras”, ressaltou. “Homem simples, desprovido de pretensões materiais. No fim da vida, solicitou desligamento da Academia, por não poder arcar com as mensalidades. Não havia como fazê-lo, o título era perpétuo. Foi a OAB que o socorreu, com um auxilio mensal. Em troca, Pamphilo doou à Ordem a sua biblioteca”, afirmou.
Ainda em seu discurso, Buchmann defendeu que a Academia deve estar presente no dia a dia da sociedade, fomentando educação e cultura. “Urge que se mostre um corpo vivo, capaz de emitir opiniões e publicar livros. Trazer para seus quadros nomes representativos das áreas as quais estamos ligados por vocação”, argumentou.
Ao transmitir o cargo à Ernani Buchmann, a acadêmica Chloris Casagrande Justen destacou o papel da Academia como órgão de complementação do poder público. “A Academia tem a competência de promover a educação e levar avante os grandes ideais das finalidades maiores, que é o levantamento da cultura paranaense”, apontou. “Ser feliz é buscar, compreender, esperar, encantar-se do simples, viver sua essência”, disse.
O anfitrião da noite, presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, fez sua saudação enaltecendo as qualidades do novo presidente e dos demais membros da Academia. “É uma honra para os advogados receber em sua casa as estrelas do firmamento literário. Vocês são a referência das letras e da intelectualidade do nosso estado e serão sempre reverenciados por nós”, disse.
Noronha falou de seu convívio com Ernani Buchmann, na OAB Paraná. “O advogado Ernani esteve sempre muito à vontade no mundo das ideias e das letras, como atestam os 15 livros que tem publicados, suas crônicas, seus trabalhos jornalísticos, os roteiros de cinema e memoráveis peças publicitárias. E que memória! Levante um assunto que diga respeito ao Paraná e Ernani lembrará de datas, nomes e detalhes a ele relacionado, tanto como testemunha ocular quanto como analista que devora livros e relatos sobre a terra que para viver desde a juventude”, relatou Noronha, destacando as crônicas do Pitoresco da Advocacia, publicadas mensalmente na Revista da Ordem.
O presidente da OAB fez um apelo à Academia pela união de forças para salvaguardar a cultura paranaense. Lembrando do episódio de desoneração de integrantes do Balé Teatro Guaíra e da Orquestra Sinfônica do Paraná, disse que as instituições precisam unir forças pela cultural e pela educação. “A cruzada pela educação é um desafio para toda a sociedade e não pode prescindir da visão cultural e histórica dos integrantes da Academia. São muitos os desafios. Sabemos, pelos muitos anos de fraterna convivência, que o Ernani, ao lado dos demais imortais, saberá enfrentá-los com maestria, contando sempre com o apoio e a amizade de todos nós, advogados do Paraná”, completou.
O ex-presidente da OAB Paraná e da Academia Paranaense de Letras, Eduardo Rocha Virmond, encerrou a solenidade, frisando que cada gestão do órgão é um passo no sentido de seu aperfeiçoamento. “Feliz gestão para Ernani Buchmann, que será feliz, independente de nossa vontade ou de outros”, disse.
Participaram da sessão solene o acadêmico Nilson Monteiro, representando o governador Beto Richa; o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, Darci Piana; o presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, Hélio Gomes Coelho Junior; o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região, Paulo da Cunha Boal; a presidente da Associação dos Juízes Federais do Paraná, Patrícia Panasolo; o presidente da Associação Comercial do Paraná, Gláucio Geara; a desembargadora Vilma Régia Ramos Resende, representando a Turma 1967/1971 da Faculdade de Direito da UFPR; o procurador do Ministério Público do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto; entre outras autoridades.