Centrais sindicais promoveram ato sobre os 50 anos do golpe militar

A OAB Paraná sediou nesta quinta-feira (20) o ato unitário sindical sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil. O evento reuniu líderes de sindicatos e dirigentes sindicais em um debate sobre os efeitos da ditadura sobre os trabalhadores. O vice-presidente da Comissão da Verdade da OAB Paraná, Daniel Godoy, abriu o evento, ressaltando a importância da reflexão sobre o tema. “Buscamos com este tipo de resgate histórico construir uma cultura e uma continuidade de luta de resistência para que isso não mais se repita”, frisou.

Além da manifestação dos atuais representantes das entidades, ex-dirigentes apresentaram seus depoimentos sobre aquele período. O evento contou com a presença da advogada e ex-deputada estadual Dra. Clair, do advogado trabalhista e ex-dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região nas décadas de 1960 e 1970, Cláudio Ribeiro, e do ex-diretor do Jornal Tribuna do Povo (órgão de imprensa do Partido Comunista do Brasil), jornalista e escritor Milton Ivan Heller.

De acordo com Márcio Kieller, da Comissão Estadual da Verdade, o evento inaugurou um calendário de “descomemoração” do golpe, por meio de um resgate da memória e da história dos trabalhadores que foram atingidos pelo regime de exceção. “Esse resgate, para nós, é fundamental. Os trabalhadores foram os mais atingidos. Muitos tiveram que abandonar seus empregos, seus lares, suas famílias. Os dirigentes sindicais sofreram muitas atrocidades, de ordem física, moral e psicológica”, afirmou Kieller. O ato foi promovido pela CUT, CSB, CTB, FORÇA SINDICAL, INTERSIDICAL, NCST – Nova Central e UGT. 

No próximo dia 31 de março, a OAB Paraná realizará outro ato de resgate da memória, com o tema “50 anos do golpe civil militar – Para que não se esqueça, para que não mais aconteça”, tendo como conferencista convidado o ex-deputado Léo de Almeida Neves. Na ocasião serão feitas homenagens aos mortos e desaparecidos políticos paranaenses, e a advogados e estudantes de Direito perseguidos pela ditadura.

A Comissão da Verdade da Seccional também fará até o final de abril uma série de palestras nas universidades de Curitiba, com o objetivo de mostrar para as novas gerações as lutas do passado e o processo de conquista da democracia no país.

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