O vice-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto de Paula Machado, considerou um "avanço significativo" a recém-aprovada Lei Ficha Limpa, que barra candidatos condenados na Justiça em órgãos colegiados. Machado defendeu uma Justiça "mais rápida e efetiva" e a ética na eleições. Ele esteve nesta terça-feira em Vitória, com o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, na sessão solene da Semana do Advogado, evento promovido pela Seccional da OAB do Espírito Santo.
"Ao atingir pessoas que tenham algum tipo de restrição do ponto de vista da Justiça, a lei traz a marca da mobilização popular". Para Machado, por mais que a Ficha Limpa esteja suscitando discussões em relação à maneira de aplicação, "nada disso macula o sucesso da sua aprovação". É fundamental que o eleitor saiba que seu voto é transformador, destacou Machado, citando os comitês da OAB para receber denúncias eleitorais.
Segundo ele, a bandeira da ética deveria estar no discurso de todos os candidatos. "Todas as propostas passam pela ética. Para se alcançar qualquer benefício para o povo não se pode admitir qualquer irregularidade". A OAB-ES fará debate com os candidatos ao governo no dia 2 de setembro.
Sem entrar em detalhes, ele comentou os processos administrativos ainda não concluídos contra advogados denunciados na Operação Naufrágio no Estado. "Não conheço a operação no seu âmago. Muitas vezes a resposta da Justiça é mais lenta do que a população espera. É preciso dar oportunidade para o acusado se defender. A própria Justiça tem dificuldades de dar vazão a essa demanda". (A Gazeta)
A expectativa do vice-presidente é de que a atividade da Justiça "se abra um pouco mais" com a criação do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça.
Fonte: Conselho Federal