O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, em nota divulgada na quarta-feira (13), lamentou profundamente a morte trágica da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que está entre as vítimas brasileiras do terremoto em Porto Príncipe, capital do Haiti. "Zilda Arns inclui-se numa seleta galeria de seres humanos integrais, em que figuram personagens como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce; são pessoas que melhoram o mundo e seu tempo e impedem que o ser humano descreia de si mesmo", afirmou Britto, que foi seu colega de Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES). Ele destacou que Brasil e América Latina ficam desfalcados "do manto da generosa ação humanitária" de Zilda.
A seguir, a íntegra da nota do presidente nacional da OAB sobre a morte da missionária Zilda Arns:
"A morte de Zilda Arns, em plena ação missionária, no Haiti, tem a dimensão trágica e poética do artista que morre em cena. Dedicou toda a sua vida de médica sanitarista à causa dos desvalidos. Sacrificou a perspectiva de uma vida regular e confortável, que sua qualificação profissional lhe permitia, ao nobre ideal de submeter-se ao mandamento cristão de amar ao próximo como a si mesmo.
Raras são as pessoas desse quilate espiritual, capazes de renúncias desse porte. Zilda Arns inclui-se numa seleta galeria de seres humanos integrais, em que figuram personagens como Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce.
São pessoas que melhoram o mundo e seu tempo e impedem que o ser humano descreia de si mesmo. São beneméritas da humanidade, cuja biografia vale por um tratado de direitos humanos.
Fui seu colega no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e tive o privilégio de com ela conviver. Sua morte desfalca os que travam o bom combate, de que falava São Paulo, e enluta não apenas o Brasil, em que era peça-chave no desenvolvimento de políticas sociais, mas toda a América Latina, a que também estendia o manto de sua generosa ação humanitária".
CEZAR BRITTO
Presidente do Conselho Federal da OAB".
Fonte: Conselho Federal
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