Quase cinco mil bacharéis em Direito fizeram no último domingo (14), no Paraná, a prova objetiva do segundo Exame de Ordem de 2008. Com exceção desta edição, que teve 4.847 inscritos, desde 2006 o número de inscrições tem sido superior a cinco mil. O índice de reprovação mantém-se alto a média dos últimos exames é de 75 %.
Os dados expressam a grave situação em que se encontra o ensino jurídico no Brasil, decorrente do excessivo número de cursos e faculdades de Direito que foram abertos nos últimos anos, sem condições de oferecer qualidade mínima de ensino aos acadêmicos.
Atendendo aos insistentes apelos da OAB, o Ministério da Educação vem cortando vagas dos cursos que apresentam baixo desempenho no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Foram cortadas 24 mil vagas das 47 mil que eram ofertadas em todo o país.
Apesar da rigidez das provas aplicadas pela OAB e das iniciativas do MEC, o quadro é desanimador também para os que conseguem aprovação no Exame de Ordem. Os bacharéis encontram um mercado de trabalho saturado, que não consegue absorver a quantidade de novos advogados habilitados. Essa desproporção verificada hoje na educação superior brasileira afeta estudantes e advogados, e exige a luta permanente da OAB pela racionalidade na abertura de cursos e melhoria do ensino jurídico, afirma Aramis de Souza Silveira, presidente de Comissão de Estágio e Exame de Ordem.