A rebelião de presos no 12.º Distrito Policial de Curitiba, em Santa Felicidade, no último sábado, confirma os problemas graves que vêm sendo denunciados pela OAB Paraná. Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Seccional voltaram na tarde desta segunda-feira (30) à delegacia para buscar informações sobre o motim que terminou com um detento morto e um policial ferido. Várias vistorias em carceragens foram feitas neste ano pela comissão e resultaram em pedidos de providências levados às autoridades municipais e estaduais. A OAB vem denunciando há meses a precariedade nos distritos policiais e delegacias, mas medidas efetivas não vêm sendo adotadas, afirma Alberto de Paula Machado, presidente da OAB Paraná.
Depois da rebelião do fim de semana, dez presos foram removidos do distrito. Mas nesta segunda-feira, a delegacia recebeu mais oito presos, chegando ao número de 126 detentos abrigados numa carceragem com capacidade para apenas 28. A situação é ainda mais grave porque uma das seis celas foi interditada pela manhã desta segunda-feira depois de descoberto um buraco que poderia ser usado em fuga. O clima na carceragem é tenso, principalmente com a chegada de mais presos. Todas as roupas e objetos dos detentos foram retirados das celas. Eles tiveram direito de ficar apenas com um peça de roupa e um cobertor.
A situação do 12.º Distrito Policial foi apontada pela Comissão de Direitos Humanos como uma das mais alarmantes na região de Curitiba. Em fevereiro, a carceragem da unidade era a que apresentava o maior índice de superlotação: 144 presos nas celas com capacidade total para apenas 28 pessoas uma proporção de cinco detentos para cada vaga. O resultado dessa e de outras vistorias foi encaminhado ao secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. Depois disso, novas visitas foram realizadas, mas a OAB Paraná tem observado poucas mudanças para melhorar as condições de atendimento aos presos.