Grande evento sobre prerrogativas em Londrina começa com debate sobre violações no Tribunal do Júri

Começaram na tarde desta quinta-feira (4) os diálogos no grande encontro de prerrogrativa que ocorre em Londrina. Organizado pela OAB Paraná e pela subseção o evento vai até o dia 5 de julho e contempla o 2º Colégio de Presidentes de Direitos e Prerrogativas do Paraná e o X Fórum de Prerrogativas da OAB Londrina.

“É uma honra tê-los na nossa casa, na OAB Londrina. Unimos dois evento de grande porte, o que não é fácil, para tratar do tema mais importante da advocacia, porque sem garantias profissionais não há Justiça”, afirmou o presidente da subseção, Nelson Sahyun Junior, ao dar boas-vindas aos participantes.

“Esse é vento é muitíssimo especial para nós da OAB Paraná. Temos aqui um público muito qualificado”, disse a diretora de prerrogativas da seccional, Marion Bach. Ela relembrou que, ao longo dos últimos anos, especialmente com a conferência estadual, a OAB Paraná procurou ouvir a advocacia em todas as regiões do estado. “Damos um passo a mais para poder ouvir a advocacia em relação às prerrogativas”, acrescentou a advogada, explicando que a ideia é que o evento – realizado sem composição de mesa ou utilização de púlpito – seja uma grande roda de conversa, na qual os palestrantes farão provocações e o público tem a possibilidade de interagir e participar.

O primeiro painel tratou de “Violação de Prerrogativas e Tribunal do Júri” e, além de Marion, contou com a participação Alfeu Brassarotto Junior, Caio Fortes de Matheus, Pedro Augusto Cruz.

“Infelizmente, diariamente estamos nos deparando com situações em que a advocacia acaba sendo desrespeitada. Justamente por isso precisamos cada vez mais da união de todos para fazer valer nossas prerrogativas”, afirmou Brassarotto Junior, que é presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas Profissionais na subseção de Londrina.

“Nós advogados, se silenciamos diante de violações às prerrogativas, formamos operadores do direito que desrespeitam os advogados. Não é direito disponível do advogado ter sua prerrogativa violada e não se manifestar”, pontuou Matheus, que destacou a importância de as comissões de prerrogativas visitarem autoridades se apresentando para mostrarem a força da advocacia e que os profissionais não atuam sozinhos. “Temos que mostrar que existe uma time atento e que não vai se curvar [à violação de prerrogativas]”, acrescentou.

Cruz lamentou a confusão que se faz entre a figura dos advogados e os processos em que atuam e como isso muitas vezes utilizado para desrespeitar os profissionais. “Temos corriqueiramente questões de violação de prerrogativas dos advogados. E destaco a questão da pessoalização. Para mim, é fundamentel aprendermos a desvincular a imagem que se tem do advogado para com a causa. Muitas vezes isso não é feito. Nós, que atuamos no Tribunal do Júri, muitas vezes temos nossa imagem vinculada ao processo em si e ao cirme si. E a pessoalização muitas vezes é feita pelo próprio juiz da causa. Isso é um problema gigantesco no decorrer de um julgamento complexo, como os que demoram até cinco dias”, exmplificou.