O jurista Carlos Alberto Andreucci, presidente da União Iberoamericana de Colégios e Associações de Advogados (UIBA) marcou presença na 24ª Conferência Nacional da Advocacia. Ele esteve no Encontro da Jovem Advocacia do Mercosul. Em entrevista à OAB Paraná, Andreucci destacou a atuação da advocacia brasileira diante do Judiciário.
“Vemos no Brasil uma cisão política que, por sorte, a advocacia não absorve. Para além das diferenças de pensamentos políticos, se mantém viva a união de uma advocacia forte, decisiva na interação com o Judiciário, como vimos aqui, diante do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que veio à conferência convidado pela OAB, que lhe apresentou solicitações relacionadas ao que passa por ele”, observou o jurista ao cita a iniciativa da advocacia que entregou ao ministro Luiz Roberto Barroso um ofício solicitando que o julgamento de ações penais originárias seja feito, como regra, de forma presencial e frisando a necessidade da garantia da sustentação oral.
Andreucci também relembrou o contexto em que a UIBA foi criada, quando muitos países na América do Sul vivenciavam ditaduras e a Espanha havia acabado de presenciar a morte do ditador Francisco Franco um ano antes. “Tudo isso deu uma motivação especial à nossa organização para lutar pelo Estado de Direito, para reivindicar constituintes e o respeito à vontade popular”, pontuou.
Inteligência artificial
O presidente da UIBA falou ainda sobre a atenção necessária aos impactos das novas tecnologias. “O surgimento da tecnologia, sobretudo a inteligência artificial, afeta os direitos das pessoas, dos cidadãos e então advocacia tem de ficar atenta para que a deformação democrática não venha por meio da sutileza tecnológica”, ponderou. Ele explicou que a entidade está atuando com o governo espanhol para redigir leis sobre direito digital que levem em consideração os direitos humanos. “Esse documento está sendo elaborado na Espanha mas é aplicável a todos os países iberoamericanos”, concluiu.