Mais de 500 participantes fazem o maior Moot do Brasil; etapa de Francisco Beltrão é a segunda da fase inicial

O I Moot de Processo Civil da OAB Paraná chegou a Francisco Beltrão nesta sexta-feira (4) para a segunda rodada de sustentações orais que compõem a fase inicial da competição. A disputa acadêmica, aberta ontem em Cascavel, integra a programação da 8ª Conferência da Advocacia Paranaense. Voltada para estudantes de direito, é a maior competição do gênero no Brasil, com mais de 500 participantes. Em diferentes papéis, cada um deles contribui para tornar realidade essa iniciativa que marca a inovação da OAB Paraná ao se aproximar de instituições de ensino de todo o estado e abrir espaço para o aprendizado na prática. Os times podem reunir até seis participantes. Além de dois titulares, é possível incluir dois suplentes e dois pesquisadores.
“Participar é uma experiência muito oportuna e gratificante. Essa minha primeira sustentação foi relevante para saber mais sobre as questões acadêmicas, as dificuldades até a tecnificação e para vislumbrar a qualidade de outras instituições e outros concorrentes. Me senti honrado por poder prestigiar com um pouco de estudo e labor durante o interstício de cinco anos de curso”, conta o estudante Paulo César Barbosa, que faz parte do time da Cesul.
A estudante Luana Sikorra superou o nervosismo e comemora o aprendizado proporcionado pela competição. “O Moot é muito importante pra qualquer estudante de direito, a participação é essencial. Na hora dá um nervosismo, vontade de desistir, mas é muito importante para quem quer advogar. É uma experiência incrível e única. Em poucos lugares temos essa oportunidade de fazer uma sustentação. Parabéns à OAB Paraná pelo incentivo”, declara a competidora.


Orientação
Cada time conta com um coach, um orientador que norteia a atuação dos integrantes, dá apoio e agrega experiência. A professora de direito processual civil Alexia Brotto Cessetti, é coach da equipe da Faculdade de Direito do Centro Sulamericano de Ensino Superior (Cesul). Ela ressalta que, mesmo tendo acesso a plataformas digitais de tribunais, a vivência em um júri simulado é única. “Nós nos inscrevemos no Moot para levar os nossos alunos a conhecer como é o julgamento no tribunal. É claro que há mecanismos de conhecimento, de acesso, hoje muito mais pela plataforma digital. Mas acreditamos que é importante essa participação presencial dos alunos”, pontua.
“Para além da premiação e da competição, acredito que é uma experiência significativa para a academia, para ter esse enfrentamento, esse embate. Pela manhã arguimos e defendemos a pretensão do apelante; à tarde vamos defender a pretensão do apelado. Essa mudança de chave, em que uma hora você está patrocinando o interesse de uma pessoa e depois o de outra, no campo oposto do processo, é muito interessante. Está sendo uma experiência muito incrível para cada aluno”, conclui a professora.

Empenho
O professor e coach Silvano Ghisi, da Universidade Paranaense (Unipar), de Umuarama, destaca o empenho dos estudantes. “A ideia do Moot é fantástica! É gratificante ver o empenho dos alunos para participar dessa atividade que consiste na sustentação oral de um processo judicial perante turmas do Tribunal de Justiça. Percebemos o quanto os participantes se empenharam, estudaram e treinaram antes da apresentação de hoje”, atesta Ghisi.
“Acompanhando aqui a explanação deles pude ver quanto é engrandecedor para os acadêmicos e para nós esse tipo de evento que une muito oportunamente o que estudam no dia a dia da faculdade com a prática do que passarão a vivenciar em suas carreiras profissionais” finaliza o orientador do time umuaramense.

Vocação
Durante as sustentações orais do Moot, avaliadores convidados fazem o papel de desembargadores das turmas do tribunal. O avaliador Adriano Vottri Bellé considera que o Moot é uma experiência vocacional.
“É muito gratificante essa experiência, sobretudo porque expõe os acadêmicos que ainda estão na fase de formação às situações do cotidiano, da prática efetiva. Tudo isso é muito importante para já irem se preparando para a atuação profissional. Me parece que esse é um evento vocacional, pois aqui há a possibilidade de antecipadamente descobrirem se é essa atribuição que querem exercer, se é esse seu perfil profissional. Portanto, é uma atividade muito produtiva para os avaliadores e para os estudantes “, conclui Vottri, que é professor de Direito Processual penal e de prática forense.

A OAB Francisco Beltrão também recebe nesta tarde a segunda etapa das preparatórias da 8ª Conferência da Advocacia Paranaense. O encontro de Curitiba, com a final do I Moot, está marcado para o período de 25 a 27 de outubro. Para saber mais sobre a conferência, acesse: https://conferencia.oabpr.org.br