Convidado a fazer uma apresentação na sessão inaugural do Comitê de Estudos e Diagnósticos da Competitividade no Estado do Paraná, na manhã desta quinta-feira (25/8), na sede da OAB Paraná, o economista e professor Carlos Ilton Cleto, da FAE Business School, começou apontando o fato de que da década de 30 do século passado até agora passamos da exportação de café para a de soja. “Mudou a cor do grão, mas não podemos ficar deitados em berço esplêndido”, alertou. Para o professor, o Brasil deve aproveitar sua vocação para o agronegócio, mas deve buscar desenvolvimento em outras áreas e para isso precisa planejamento.
O professor trouxe o caso da Coreia do Sul como um modelo de busca por competitividade internacional. “A Coreia do Sul, até os anos 60, era um país primário exportador. Dos anos 60 aos 80 o país passou por intenso e rápido crescimento. O Brasil também se industrializou e fechou sua economia num primeiro momento. Só que a Coreia notou já nos anos 70 que era preciso saltar para o cenário externo. Nós abrimos o mercado nos anos 90, mas nunca buscamos uma forte inserção no mercado internacional”, comparou.
Para Cleto, o foco na competividade é condição básica para visualizar crescimento futuro e, para tanto o planejamento é essencial. Além disso, fatores fundamentais para a expansão da produtividade são a importação de tecnologia estrangeira, o aumento da escala para reduzir custos de produção e o processo de aprendizagem.
O professor citou também um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que leva em conta indicadores com o custo e a disponibilidade da mão-de-obra; o custo e a disponibilidade de capital e o desempenho do sistema financeiro e ainda a infraestrutura de transporte, energia, telecomunicações e logística internacional. O peso dos tributos, o ambiente macroeconômico – considerando equilíbrio monetário, fiscal e externo –, a estrutura produtiva, com aspectos como escala e concorrência, também são aspectos acompanhados pela CNI por seu papel decisivo na competitividade.