O presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, foi recebido de maneira calorosa na tarde desta quinta-feira (28) pela advocacia paranaense durante o II Colégio de Presidentes de Subseções, em Cianorte. Ele participa do evento juntamente com o ouvidor-geral da OAB, José Augusto Araújo de Noronha.
Simonetti ressaltou a importância de estar em contato e conhecer a realidade da advocacia do interior. “As dificuldades do interior são desconhecidas de grande parte do Brasil. Quando falo que me é dado um presente por estar aqui, é porque é a materialização de poder frequentar as cidades do Brasil, após muito tempo de encastelamento, e ouvir as histórias que lá no Distrito Federal a gente não ouve. E vou sempre visitar essas cidades para que eu possa levar um sopro de dignidade para a advocacia do Brasil”, pontuou o presidente do Conselho Federal.
Simonetti relembrou os trâmites para a construção da sede de Cianorte, e a parceria solicitada a ele, então vice-presidente do Conselho Federal, pelo então diretor-tesoureiro, José Augusto Araújo de Noronha, pelo então presidente da seccional, Cássio Telles, e pela então vice-presidente, Marilena Winter. “E hoje estamos aqui a inaugurar essa subseção. Isso representa não só a edificação de mais um prédio, mas a materialização de um sonho”, disse o batonnier da advocacia brasileira.
O presidente do Conselho Federal afirmou que conhece os desafios da advocacia. “Sinto as dificuldades que muitos de vocês já sentiram. A luz da Ordem nunca vai apagar. Não há neste país advogados de primeira ou de segunda classe. Só chegaremos aonde queremos chegar se estivermos unidos”, disse.
Prestação jurisdicional
Durante o evento, conselheiro honorário Cassio Telles, que presidiu a seccional de 2019 a 2021, falou sobre os desafios que vêm sendo enfrentados após a pandemia, especialmente em relação ao contato com os juízes. “Esse novo jeito de advogar traz facilidades. Por outro lado, está nos trazendo algo que é extremamente preocupante que é a forma como nós estamos sendo tratados pelo Poder Judiciário. Estamos tendo cada vez mais dificuldades de ser atendidos pelos magistrados”, disse Telles.
Noronha relatou que já passou por uma situação em que um magistrado do Paraná disse que poderia atendê-lo se os advogados fossem até Balneário Camboriú.
Simonetti contou que a Ordem vem trabalhando de forma incisiva para combater esse tipo de atuação da magistratura, que muitas vezes mora fora da comarca e até mesmo fora do país. “Vemos — e não tenho medo de dizer — uma chacota com a prestação jurisdicional. Já catalogamos juízes que moram em Portugal, na França, nos Estado Unidos. Há um caso em que o juiz postou foto com o mar das Maldivas ao fundo enquanto fazia audiência. Que falta de respeito com a sociedade brasileira, quando uma parte da nossa sociedade volta a vivenciar a miséria!”, lamentou o presidente do Conselho Federal.
Diversos presidentes de subseção tiveram oportunidades de falar sobre seus desafios e anseios. Entre os temas abordados estiveram honorários, prerrogativas e o papel da Ordem enquanto entidade atuante na sociedade e apartidária.